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13 de junho de 2010

Roberto Carlos - Família

Soberano
A família, os amores, os amigos e a fé do Rei

Dono de um carisma incomum, que só ocorre com pessoas iluminadas, Roberto Carlos tem uma vida de sucesso ao mesmo tempo em que enfrenta grandes dramas como o acidente na infância, o problema de visão do filho e as mortes de Nice e de Maria Rita, suas ex-mulheres.

Durante os próximos dias, vamos ver as matérias publicadas na Revista Contigo! em homenagem aos 50 anos de música de Roberto Carlos...

O gosto pela música nasceu dentro de casa

No dia 19 de abril de 1941, a cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, serviu de berço para o nascimento do homem que viria a ser o maior astro da música popular brasileira, Roberto Carlos Braga. Filho do relojoeiro Robertino Braga e da costureira Laura Moreira, Zunga, como foi apelidado, é o caçula de quatro irmãos - Lauro Roberto, Carlos Alberto e Norma.

Ainda criança, Roberto já manifestava interesse pela música. Foi com a mãe que teve as primeiras aulas de violão e piano. Mais tarde, continuou os estudos no Conservatório Musical de Cachoeiro. Aos 9 anos, teve sua primeira oportunidade para se apresentar em público, num programa infantil da Rádio Cachoeiro e fez bonito. Estava dada a partida rumo ao sucesso.

Aos 10 anos de idade, porém, um acidente quase pôs fim à promissora carreira. Ele foi atropelado por um trem em sua cidade natal e teve parte da perna amputada. Até hoje ele usa uma prótese, mas evita falar no assunto. Roberto sempre manteve sua vida pessoal afastada dos holofotes e nunca permitiu a exposição dos filhos. Ao se casar com Nice, assumiu a paternidade de Ana Paula e teve Segundinho e Luciana. Em 1991, reconheceu Rafael Torres como seu herdeiro.

:: Quando Roberto nasceu, a família Braga morava numa casa modesta, de três quartos, no alto de uma ladeira, no bairro Recanto.

:: Ele sempre foi uma criança alegre, que gostava de andar de bicicleta, empinar pipa e jogar futebol com os amigos.

:: Outra de suas atividades preferidas era tomar banho nas águas do Rio Itapemirim, onde ia acompanhado dos irmãos e do pai, com quem aprendeu a pescar, hábito que manteve quando adulto.

:: Quando criança, o Rei tinha adoração por sua única irmã, e foi nessa época que ele a apelidou carinhosamente de Norminha.

:: Desde muito pequeno, Roberto passava horas ouvindo rádio e já demonstrava um enorme interesse musical.

:: Aos 6 anos, foi matriculado no colégio de freiras Jesus Cristo Rei. Anos mais tarde, já na época da Jovem Guarda, sua segunda professora do Cristo Rei, Irmã Fausta, lhe deu o medalhão que ele usou pendurado no pescoço durante muitos anos.

:: Roberto era fã de Bob Nelson, um artista brasileiro que se vestia de caubói e cantava músicas country em português.

:: Todas as vezes que o Rei ia cantar na rádio local, em Itapemirim, sua mãe, dona Laura, fazia questão de arrumar o filho com roupas feitas por ela mesma.

:: O prêmio por ter vencido o concurso infantil na Rádio Cachoeiro foi um punhado de balas. Mas, depois de sua vitória, tornou-se presença assídua durante todos os domingos no programa.

:: Em janeiro de 1955, o adolescente Roberto Carlos não escondia sua vontade de alcançar o sucesso, tentar a vida na cidade grande e alçar voos maiores. Foi quando ele foi passar férias em Niterói (RJ), na casa de sua tia Jovina, já com o intuito de participar de alguns programas de rádio que davam oportunidades para novos cantores. Com a aprovação e o incentivo de seus pais, ele acabou se mudando para lá.

:: Homenageou a mãe - a maior incentivadora de sua carreira - ao compor Lady Laura, em 1978.

:: Seu pai, Robertino, foi quem lhe deu o primeiro violão, aos 17 anos, no qual Roberto compôs muitos sucessos. Ele faleceu em janeiro de 1980, aos 83 anos. Em homenagem ao pai, Roberto compôs a música Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo em 1979.

:: Em 1991, o cantor reconheceu a paternidade de Rafael Torres Braga, já com 25 na época, filho de Roberto com a fã Maria Lucila, de Belo Horizonte, Minas Gerais.

:: O acidente que sofreu na infância foi tema de diversas composições do cantor, como na música O Divã (1972).

:: O cantor homenageou a pacata cidade onde nasceu ao gravar a música Meu Pequeno Cachoeiro, composta por Raul Sampaio.

:: O Rei sempre fez questão de participar da educação dos filhos e até hoje, quando procurado por eles, assume a função de conselheiro sentimental.

:: De acordo com Segundinho, Roberto, como avô, é muito mais liberal do que como pai. Roberto Carlos tem quatro netos.

- Revista Contigo!

12 de junho de 2010

Roberto Carlos - Amores

Roberto Carlos, ídolo da Jovem Guarda, podia escolher a mulher que quisesse já no começo dos anos 60. Discreto, ele teve seus romances com fãs e até colegas, como Rosemary e Wanderléa, mas nunca deixou esses casos virem à tona. Até que, em 1967, assumiu seu compromisso com Cleonice Rossi, que conheceu nos bastidores da TV.

O casamento aconteceu em 1968, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, já que Nice era desquitada e naquela época ainda não existia o divórcio no Brasil.

O casamento terminou de forma amigável em 1979. E naquele mesmo ano, Roberto se encantou com Myrian Rios. Atriz em início de carreira, ela não acreditou quando foi acordada por um telefonema do Rei propondo um encontro. Dali para irem morar juntos foi um pulo, e o relacionamento, marcado por momentos de felicidade e crises de ciúme, terminou em 1990.

O Grande Amor


No ano seguinte, Roberto Carlos viria reencontrar aquela que seria o grande amor de sua vida, Maria Rita. Eles se conheceram em 1977, quando ela tinha 16 anos e estava impedida pela família de assumir um romance com um homem mais velho como o Rei. Mas em 1991 o momento era outro e o casal não teve barreiras para viver um caso sério, com os dois indo morar juntos no apartamento dele na Urca, no Rio de Janeiro, em 1992, e oficializando a união em 1996 com uma cerimônia de casamento para poucas pessoas.

Depois de perder sua mulher para o câncer em 1999, Roberto se entregou ao luto e pouco se viu ou se ouviu sobre namoradas. Mas, comemorando o meio século de carreira, ele sorri novamente, e há quem aposte que o Rei em breve deve assumir um novo amor.

:: No início de seu romance com Roberto, Nice teve uma adversária de peso, Lady Laura. A mãe do Rei teria implicado com a futura nora por ela ser desquitada e já ter uma filha, Ana Paula.

:: Uma das primeiras músicas que Roberto compôs para Nice foi Meu Grito, que virou sucesso na voz de Agnaldo Timóteo em 1967. Ela também foi a musa inspiradora de Como É Grande o Meu Amor por Você, Por Isso Corro Demais e De Que Vale Tudo Isso, entre outras.

:: Mesmo separados, Roberto ficou ao lado de Nice quando ela descobriu que estava com câncer. Ele deu todo o apoio até a morte dela, em 1990.

:: Há duas versões sobre a música Namoradinha de um Amigo Meu. A primeira diz que foi feita sob encomenda e a segunda teria como musa inspiradora Maria Stella Splendore, que na época era casada com o estilista Dener.

:: Pouco antes de conhecer Roberto Carlos, Myrian Rios posou nua para dois ensaios, mas, depois que passaram a viver juntos, o Rei comprou os direitos dessas fotos para impedir que fossem republicadas.

:: Na música A Atriz, que compôs para Myrian Rios, Roberto fala do ciúme que sentia ao ver sua mulher contracenando com Paulo Castelli na novela Ti-Ti-Ti (1985).


:: Foi a filha de Nice, Ana Paula, quem apresentou Maria Rita, então com 16 anos, a Roberto Carlos.

:: Maria Rita costumava se referir ao marido como ''bonitinho''.

:: Depois que se casou com o Rei, Maria Rita só colocou roupas nas cores azul e branco no seu guarda-roupa, seguindo as preferências do marido.

:: Para homenagear Maria Rita, Roberto Carlos construiu um jardim ao lado de seu estúdio, na Urca, Rio de Janeiro, onde escolhe pessoalmente as plantas, entre elas roseiras, marias-sem-vergonha e manacás.


Revista Contigo!

11 de junho de 2010

Roberto Carlos - Amigos

Admirado inclusive pelos colegas de profissão, Roberto fez muitas amizades no meio artístico

Ele sempre foi um homem reservado e avesso a badalações. Por isso, só os seus familiares e amigos mais próximos têm o privilégio de desfrutar sua companhia e intimidade. São pessoas escolhidas a dedo pelo Rei e pelas quais ele cultiva um grande carinho. Talvez esse seja um dos motivos de Roberto Carlos ser frequentemente homenageado pela classe artística, com quem mantém um ótimo relacionamento.

Foi assim na festa que comemorou seus 50 anos de carreira, quando 20 divas da música brasileira o reverenciaram e interpretaram alguns de seus maiores sucessos. Entre elas estavam a eterna Ternurinha, Wanderléa, Alcione, Rosemary, Ivete Sangalo e Hebe Camargo. Todas suas admiradoras e algumas amigas de longa data, que fazem parte de sua história e dividem alegrias e tristezas. É o caso de Hebe. A apresentadora esteve ao lado de Roberto durante um dos momentos mais difíceis de sua vida: a luta de sua ex-mulher Maria Rita contra o câncer.


Irmão Camarada

Muitos de seus amigos já não estão mais aqui, mas marcaram igualmente a trajetória do Rei. Elis Regina é uma delas - ferrenha adversária de Roberto nos anos 60 -, rendeu-se a seu carisma e chegou a gravar algumas de suas músicas. Mas se tratando de amigos, um tem lugar especial na história de Roberto: o tremendão Erasmo Carlos.

Os dois se conheceram em meados de 1958, no Colégio Ultra, no Rio de Janeiro, e a identificação foi quase instantânea. Eles passaram a compor juntos e formaram uma das mais conhecidas dupla do país. Com o passar dos anos, construíram uma amizade sólida - cantada na música Amigo, de 1977 - que dura até os dias de hoje.

Outras amizades, como a com o cantor e compositor Caetano Veloso, também começaram há anos e persistem até hoje. Em 1968, quando havia uma disputa entre Jovem Guarda e Bossa Nova, Caetano impressionou Roberto dizendo que tinha passado a ver o ritmo alucinante do iê-iê-iê com outros olhos após ouvir suas músicas. Nascia ali uma amizade e mais músicas vieram. Ao visitar o amigo no exílio, em Londres, o Rei compôs a música Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos (1971) em sua homenagem. A gentileza foi retribuída com Como Dois e Dois (1971), Muito Romântico (1977) e Força Estranha (1978).

:: Em 1977, Roberto Carlos e Pelé cantaram juntos a música O Mundo É uma Bola.

:: Seus músicos trabalham com ele há mais de 30 anos. Roberto não gosta de demitir ninguém e trata cada um como se fosse de sua família.

:: Em 2008, Ana Paula - enteada de Roberto que ele considera como filha - casou-se com o músico Paulinho Coelho, guitarrista de sua banda. Anos antes, ela havia namorado o cantor Antônio Marcos e causado a ira do Rei, que não aceitou o namoro.

:: Roberto Carlos e Caetano Veloso subiram ao palco para um show em 2008, em uma homenagem ao maestro Tom Jobim e aos 50 anos da Bossa Nova.

:: Dos 33 especiais apresentados por RC na TV Globo, o amigo de fé, Erasmo Carlos, participou de 25.


- Revista Contigo!

13 de agosto de 2009

Entrevista com Roberto Carlos... (1965)


Você Costuma Mentir?
RC - Às vezes, de brincadeira, a gente prega uma mentira...

Tem algum complexo?
RC - Não. Isso nunca me preocupou

Receia a morte?
RC - Não. Ela tem que vir, um dia

Preocupa-se com o dinheiro?
RC - Preocupo-me, sim. É necessário. Não chego a ser escravo dele, isso não!

Sabe guardar segredos?
RC - Sei sim. é bom saber que confiam na gente

Lembra-se do primeiro beijo?
RC - Claro que me lembro. Não posso esquecê-lo!

Confessa tudo ao padre?
RC - Só me confessei uma vez, embora pareça incrível, e por ocasião do meu batizado, no ano passado...

Acha-se uma pessoa perfeita?
RC - Não, quem sou eu, para tanto?!

Cite um defeito seu
RC - Acreditar nos outros.

Já pediu dinheiro emprestado?
RC - Já. Acho que todo mundo.

Reza antes de dormir?
RC - Não. Penso em Deus. Geralmente deito muito cansado.

Tem dinheirinho guardado?
RC - Tenho algum, empregado em coisas úteis.

Gosta de seu nome?
RC - Gosto. Foram minha mãe e meu pai que o escolheram.

Gosta de ter inimigos?
RC - Bom mesmo é ter amigos. Por que o contrário?

O mundo é bom?
RC - Para quem sabe viver é uma beleza.

Que doença mais teme?
RC - Todas. Tenho pavor de ficar doente.

Acredita em macumba?
RC - Respeito. sabem como é...

Reconhece seus erros?
RC - Reconheço, mas é claro!

Gosta da solidão?
RC - De vez em quando é bom. Faz a gente se encontrar.

Dorme pensando em que?
RC - No futuro, nada menos...

Tem preguiça?
RC - De acordar cedo, é claro que tenho...

Espera ficar milionário?
RC - Quem sabe? Não seria mal, tá bom?

Costuma dar esmolas?
RC - Costumo, mas com discrição...

Onde desejaria morrer?
RC - Onde Deus quiser!

Seu desejo atual?
RC - Viajar para o exterior.

Tem dias de mau humor?
RC - Tenho, como todo mundo.

Costuma ter pesadelos?
RC - Tenho, de vez em quando.

Depois do Brasil, que país gostaria de conhecer?
RC - Estados Unidos e França. Legal?

Deu muito trabalho a seus pais?
RC - Um pouco. Fui muito levado, e ainda dou um pouquinho de trabalho.

Conhece alguém exemplar?
RC - Não há bom sem defeito. Só Cristo foi perfeito.

Gosta de dormir de dia?
RC - Gosto, mas geralmente não o faço.

Gosta de ouvir anedotas picantes?
RC - De ouvir e contar, perfeitamente.

Já chorou de raiva?
RC - Já, poucas vezes.

E de tristeza?
RC - Também, ora essa!

Sabe contar anedotas?
RC - Sei... e tenho grande repertório.

Fala quando dorme?
RC - Falo bastante. Falo sozinho, também. Converso comigo mesmo.

Fala outros idiomas?
RC - Não. Estou para fazer um curso de inglês.

Quer viver até que idade?
RC - Até quando Deus quiser.

Já xingou alguém?
RC - E muito, puxa vida!

Confia em quem?
RC - Principalmente na mamãe e nos meus amigos.

Fala sozinho?
RC - Falo, por que não?

Já teve decepção com amigos?
RC - Não foram grandes. Mas foram decepções. Passo por cima das coisas que me aborrecem e esqueço.

Já viu alma do outro mundo?
RC - Não, que é que há?!...

Acredita nos Santos?
RC - Acredito. Sou devoto de N.S. da Penha, N.S.Aparecida, São Judas Tadeu e muitos santinhos.

Sabe fazer carinhos?
RC- Elas nunca reclamaram...

Qual sua maior alegria?
RC - Quando tive em minhas mãos o meu primeiro disco.

Tem medo da velhice?
RC - O problema é saber envelhecer!

Faz segredo de seus planos?
RC - Não vivo contando aos quatro cantos, mas também não faço segredos.

Sabe beijar bem?
RC - Será que sei?...

Qual a pergunta que o aborreceu?
RC - Nenhuma. É bom a gente contar para os nossos amigos coisas na intimidade.

- Publicado na Revista do Rádio n° 816, de 8 de maio de 1965. - PCR


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18 de julho de 2009

15 músicas essenciais de Roberto Carlos

Um dos primeiros ídolos jovens do Brasil, Roberto Carlos comemora 50 anos de carreira em 2009. Sua voz foi ouvida publicamente pela primeira vez em uma manhã de domingo em outubro de 1950, em um programa de rádio em sua cidade natal, Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo. Mas foi quase uma década depois que ele começou a conquistar os ouvidos do público e da crítica, em canções que falavam principalmente sobre sentimentos.

Os temas românticos ficam ainda mais presentes nas composições do Rei nos anos 70. Assim como a religiosidade, outro assunto tratado com seriedade pelo cantor, a natureza também marca presença em sua obra. O protesto ecológico, por exemplo, ganha voz em "Amazônia", incluída no álbum de 1989 cuja capa mostra o artista usando uma pena nos cabelos.

Listamos aqui 15 músicas consideradas essenciais na obra de Roberto Carlos. A seleção não foi baseada em critérios técnicos, mas sim relacionadas a fatos marcantes da trajetória do Rei e ao alto teor de "groove" feito à base de teclados e guitarras até hoje inconfundíveis.

Confira os nomes das faixas e algumas curiosidades:

Parei na contramão (1963)
É a primeira composição de Roberto Carlos e Erasmo juntos e também a estreia do cantor no tema velocidade, assunto que seria bastante abordado em sua obra nos anos seguintes.

“É proibido fumar” (1964)
Faz parte do terceiro disco de Roberto Carlos, com o mesmo nome. Nessa época, o Rei passou a dirigir as próprias gravações, escolhendo os músicos que tocariam com ele.

“Quero que vá tudo pro inferno” (1965)
A música nasceu numa noite fria de junho de 1965, em Osasco, nos bastidores do cinema Rex, onde Roberto participaria de um show com outros artistas da música jovem da época.

“Namoradinha de um amigo meu” (1966)
Composta inicialmente para os Beatniks, banda de palco do programa "Jovem Guarda", a música foi prometida por Roberto Carlos para ser o primeiro single do grupo. No entanto, o empresário do cantor na época achou o tema provocador e decidiu incluir a faixa no nono álbum de Roberto.

“Se você pensa” (1968)
Na letra, Roberto diz: "Daqui pra frente, tudo vai ser diferente / você tem que aprender a ser gente / e o seu orgulho não vale nada". O desabafo dispensa apresentações.

“Não vou ficar” (1969)
Além de escrever suas próprias canções, o Rei também fez algumas versões que se tornaram muito famosas em sua voz. Esta é cortesia de Tim Maia, que foi seu companheiro no conjunto Os Sputniks no final dos anos 50.

“Todos estão surdos” (1971)
Composta em parceria com Erasmo Carlos, a música - regravada por Chico Science e a Nação Zumbi - encerra a fase rock-soul de Roberto. Aqui ele expõe ideias de religiosidade, tema que apareceria mais tarde em canções como "Jesus Cristo".

“Você não serve pra mim” (1967)
A composição é de Renato Barros, um dos fundadores do grupo Renato e seus Blue Caps, do qual Erasmo Carlos fez parte no início dos anos 60. A banda acompanhou Roberto Carlos nas gravações de “Splish splash” e “Parei na contramão”.

“Eu te amo, te amo, te amo” (1968)
"Cartas já não adiantam mais / quero ouvir a sua voz", diz a letra da música composta por Roberto em parceria com Erasmo Carlos. É considerada uma das maiores canções de amor da dupla.

“Como dois e dois” (1971)
Caetano Veloso, autor da canção, conheceu Roberto Carlos pessoalmente na época do exílio, quando morava fora do Brasil. De Roberto, Caê gravou "Debaixo dos caracois dos seus cabelos".

“As curvas da estrada de Santos” (1969)

Lançada em disco em 1969, a música foi interpretada por Elis Regina no Canecão em 1970. Erasmo Carlos foi conferir chorou de emoção. O fato marcou o fim da rivalidade entre artistas da Jovem Guarda e da chamada MPB.

“Sua estupidez” (1969)
Mais uma canção romântica assinada pela dupla Roberto e Erasmo Carlos, a música fez sucesso na voz de Gal Costa.

“Detalhes” (1971)
Verdadeiro clássico do cancioneiro de Roberto e Erasmo Carlos, a canção, reza a lenda, foi feita para Magda Fonseca, namorada de Roberto na época.

“As canções que você fez pra mim” (1968)
Incluída no repertório do álbum "O inimitável", a música foi inspirada em um caso do amigo e companheiro de banda Dedé, que fora dispensado pela namorada, a cantora Martinha. Segundo relatos, ela ficou sensibilizada, mas não voltou atrás.

“Amigo” (1977)
Canção feita por Roberto em homenagem ao parceiro Erasmo Carlos. A letra foi escrita na noite de aniversário do Rei e concluída num hotel em Los Angeles. A gravação marcou os 10 anos da retomada da amizade entre os dois músicos.


- Globo.com -

10 de janeiro de 2009

Roberto Carlos em japonês

Roberto Carlos já cantou uma música em japonês!!

É isso aí. O Rei emplacou “Sukiyaki” em um programa apresentado por Rosa Miyake, na rádio Santo Amaro, nos anos 60.

A descendente de japoneses conta que ficou orgulhosa, pois o público aplaudiu de pé a música que ela tinha ensinado ao rei. Miyake diz também que esse foi o início de sua amizade com Roberto, que a chamou para se apresentar na televisão no programa “Jovem Guarda”.

"A boneca de porcelana que canta”.

Era assim que o Rei Roberto chamava Rosa Miyake: a primeira nikkey a cantar na televisão brasileira, pela extinta Excelsior. Foi apresentadora do Imagens do Japão, uma programão de umas quatro horas, quase todo falado em japonês, feito para proporcionar uma opção de televisão à colônia japonesa. Rosa realmente chegou a ser convidada para fazer parte da Jovem.

Depoimento de Rosa Miyake

Um dia, Mario Okuhara, meu empresário, chamou o Roberto Carlos para se apresentar na rádio Santo Amaro. E eu teria que ensinar o Roberto a cantar em japonês! Imagine... Ensinei o “Sukiyaki”. Ele colocou a letra da música coladinha no violão e tocou tão lindo. A platéia aplaudiu de pé. O Roberto Carlos cantando em japonês! E eu fiquei feliz porque eu é quem tinha ensinado.

Foi assim que o conheci e ele me convidou para cantar no programa “Jovem Guarda”, no Rio. No avião, indo para lá, ele me chamou para me alertar a ter cuidado com os homens. Na época, a gíria era “gavião”. “Rosinha, no mundo artístico tem muito gavião, tenha cuidado. Qualquer coisa que você não gostar, qualquer problema, venha falar comigo”. O Roberto preocupado comigo! Ele, uma pessoa tão importante, tão famosa, imagine! Foi lindo.

Apesar de estar nos programas de televisão, nunca fiquei pensando “puxa, como estou famosa”. Minha maior preocupação era cantar direitinho, não errar a letra da musica de jeito nenhum!.

12 de dezembro de 2008

Especial 2008


Com a Arena HSBC lotada, Roberto Carlos gravou o especial de fim de ano para a Globo, na noite de quinta-feira (11). Marcada para as 21h, a apresentação começou às 22h25, com o pout-pourri feito pela banda do Rei, dando passagem para a irretocável abertura, com Emoções.

No palco, Roberto recebeu Zezé Di Camargo e Luciano, Rita Lee, Caetano Veloso e encerrou regendo a bateria da Beija-Flor de Nilópolis, sua escola de samba de coração. Ao lado de Neguinho da Beija-Flor, o Rei entoou versos do samba Deusa da Passarela, que exalta a escola de samba.

Repertório do Show!

Abertura
Emoções
Como é grande o meu amor por você
Além do Horizonte

A Distância (Com Zezé di Camargo e Luciano)
O Portão (Com Zezé di Camargo e Luciano)
Outra Vez

Negro Gato (teve que cantar duas vezes porque teve uma pequena distorção no som durante a música)

Negra Angela / Eu e Ela (Com Neguinho da Beija Flor)

A Deusa da Passarela (Com Neguinho da Beija Flor, bateria, rainha e passistas da Escola de Samba)

Detalhes
O Concavo e o Convexo

Papai, me empresta o carro / Parei Na contramão / Flagra / Splish Splash / Mania de Você / Cama e Mesa / Baila comigo / É Papo Firme (Com Rita Lee, Roberto de Carvalho e Beto Lee)

Mulher Pequena
Mulher de 40
Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos

Força Estranha (Com Caetano Veloso)
Você é Linda (Caetano Sozinho)

Chega de Saudade
É Preciso Saber Viver
Jesus Cristo

Informações: Portal Clube do Rei

6 de dezembro de 2008

Roberto Carlos em Japonês...


Rosa Miyake e Roberto Carlos nos bastidores do programa da Rádio Santo Amaro, em São Paulo, nos anos 60.

Rosa Miyake é cantora e foi apresentadora do programa "Imagens do Japão" na TV durante muitos anos. Na década de 60, ela foi muito amiga de Roberto Carlos. E ela conta que ensinou Roberto Carlos a cantar em japonês a música “Sukiyaki”!. E ele assim fez em uma participação no programa "Imagens do Japão" e foi aplaudido de pé. (O Rei cantando em Japonês!!). Ela atualmente vive em Miami (EUA).


Rosa Miyake gravou "Otomodachi No Koibito" versão em japonês da música "Namoradinha de um amigo meu" de Roberto Carlos.

Ouça a versão em japonês!

20 de novembro de 2008

ホベルト カルロス, とカエターノ ヴェローゾ

ブラジル音楽界の王、ホベルト カルロス...

Roberto Carlos Internacional

3 de julho de 2008

As músicas que fizeram de Roberto Carlos um Rei

Entre 1968 e 1971, o cantor e compositor lançou discos que modernizaram a canção e a poesia no Brasil, com a fusão de rock e soul music.


Roberto Carlos é o cantor mais popular do Brasil, desde 1965, com o lançamento e conseqüente estouro da canção "Quero que va tudo pro inferno", sua voz e suas canções têm marcado a vida dos brasileiros (e de habitantes da América hispânica de maneira intensa e curiosa. O cantor estourou como roqueiro e foi o primeiro a dar ao rock brasileiro uma cara própria - todos os seus herdeiros, de Mutantes a Los Hermanos, passando por Raul Seixas, Titãs, Legião, só pra citar alguns devem reconhecer esse pioneirismo.


Hoje, ele é um senhor romântico e religioso que mantem intacto o carisma, apesar de manter-se numa espécie de camisa-de-força estética, ou talvez até por isso mesmo.
Seus discos e especiais de Natal anuais se sucedem de forma ritualística há muito tempo. Afinal o fato dele se repetir o torna especial, único, sem par no mundo do show-business nacional, e continua a intrigar e a trazer provocações às avessas.

O curioso é que, ao ouvir o seu primeiro LP, Louco por você, de 1961, nunca relançado, o que se faz notar é um cantor de boleros, sambas, bossas e rock-baladas, ainda assim nitidamente influenciado pelo canto de João Gilberto, assim como aconteceria depois com seus companheiros de geração Chico Buarque, Caetano e Gil.

Mesmo sendo um romântico, Roberto estreou sem exageros interpretativos, seguindo o que havia de mais moderno e radical no Brasil em termos de estilo de canto.


Já no seu primeiro disco, um 78 rotações de 1959, Roberto canta João e Maria, uma bossa nova em que ele imita João, porém sem seu brilhantismo.
No segundo LP, de 1963, puxado por Splish splash - versão de Erasmo para um hit de Bobby Darin - Roberto opta pelo rock and roll entre rebelde e romântico, mantendo a influência de João Gilberto, o que nos próximos discos irá fazer dele não um simples adaptador do iê-iê-iê dos Beatles, e sim um intérprete original.

É interessante ressaltar que a letra em inglês de Splish splash é inferior à versão de Erasmo. Enquanto no original a onomatopéia que dá titulo à canção se refere ao barulho do sabonete na banheira, na versão de Erasmo, "Splish splash" corresponde a um beijo e a um tapa no escurinho do cinema - malícia e brejeirice como numa marchinha de Lamartine Babo (2 X 2).

Em "É proibido fumar" (1964), a dupla de compositores faz um clássico, a canção que dá título ao disco. A música chamou a atenção do iniciante Caetano Veloso para o que se estava fazendo fora do circuito dos pretensos seguidores da bossa nova, uma reflexão que iria levar ao tropicalismo em 1967:

"(...) percebíamos que sigo incendiando bem contente e feliz, nunca respeitando o aviso que diz que é proibido fumar era melhor poesia do que a maioria da música popular brasileira sofisticada época", escreveu o compositor baiano. É claro que os versos da canção têm conotação sexual como em "do beijo sai faisca / e a turma toda grita / que o fogo pode pegar (...) garota pegou fogo em mim".

Do mesmo disco, ainda, "Um Leão está solto nas ruas", de Rossini Pinto, tem esse erotismo malandro presente: "Um leão está solto nas ruas / calamidade igual nunca vi / jamais terá problemas de alimentação / se ele encontra o meu broto por ai". Mas o estouro do disco foi, sem dúvida, .. O calhambeque, versão de Erasmo, deu continuidade à tradição rocker carros-velocidade-garotas, iniciada com Parei na contramão, do disco de 1963.

No inicio de 1965, é lançado Roberto Carlos canta para a juventude, inferior ao seu antecessor.

O grande salto viria no seguinte, Jovem Guarda, com o estouro já citado de "Quero que vá tudo pro inferno", o disco traz boas canções da dupla Roberto & Erasmo e de outros compositores. Mas o que interessa, além da excelência das canções,é ressaltar a picardia malandra de algumas delas, o que dá um tom de brasilidade às mesmas inexistentes no rock nacional feito anteriormente.

A dupla compõe no estilo brasileiro de que fala o samba de Noel, "Não tem tradução" - "tudo aquilo que o malandro pronuncia/com voz macia, é brasileiro/já passou de português". Só que o malandro agora é o playboy de Mexericos da Candinha e Não é papo pra mim, que não quer saber de casamento, mas no fundo é um romântico ("porém ela no fundo sabe que ousou bom rapaz" e "talvez um dia quem sabe / encontre a felicidade / achando alguém pra valer / até morrer").

As lições do canto de João Gilberto continuam presentes em Gosto do jeitinho dela e Eu te adoro meu amor, de uma maneira mais explicita, e de forma menos aparente nas outras faixas.

Mas o que vale aqui não é mais imitar o ídolo, mas se inspirar nele para dar essa intenção de coloquialidade na interpretação das canções.

Roberto já é um intérprete maduro, e nos discos seguintes, Roberto Carlos (1966) e Em Ritmo de aventura (1967), o personagem do playboy romântico e roqueiro continua presente, principalmente nas canções de Getúlio Côrtes - O gênio e O sósia. Ainda de Getúlio, Negro Gato, se destaca não apenas pela canção, mas pela própria gravação, na qual o arranjo tosco da o tom da marginalidade ao negro gato de que fala a letra.

Uma gravação nunca superada, apesar de ter sido interpretada posteriormente por Luis Melodia e Marisa Monte, cujas gravações não possuem este tom protopunk da primeira.

Na linha do erotismo sutil de trabalhos anteriores, em Ar de moço bom, de Niquinho e Othon Russo, a personagem feminina é quem, após a cantada ("você está tão só / sozinho eu estou / que tal ir por ai passear?"), dá as cartas ("sem nada comentar / no carro ela entrou / e com o seu pezinho bem depressa acelerou").

A acelerada do pezinho corresponde ao ato sexual, nesta canção marcada novamente pela relação, tão cara a Roberto e ao rock, entre carros e garotas, num tom mais intimista que as antecessoras já citadas.



A Mudança

A partir de O inimitável, de 1968, antecipado pelo compacto com a música ganhadora do Festival de San Remo, Canzone por te, de Sérgio Endrigo, Roberto Carlos deixa de encarnar o playboy.

Na capa, o cantor aparece de perfil, com um violão de cordas de nylon, em vez de uma guitarra.

A influência da soul music, mais sutil no trabalho anterior, revela-se no canto, nas canções e nos arranjos, não apenas com guitarras, baixo e bateria, mas também com sopros e cordas.

Em algumas faixas, o uso do violão de cordas de nylon, tipíco da bossa nova, dá um tom de brasilidade ao disco, principalmente em Quase fui lhe procurar, de Getulio Côrtes, e Madrasta, de Renato Teixeira e Boto Ruschel, esta uma curiosa canção que enaltece a figura tradicionalmente vilipendiada da madrasta.


Não há nada na faixa que lembre o iê-iê-iê dos discos anteriores.

Um sofisticado arranjo de cordas e flautas emoldura a interpretação afinada e sensível da difícil melodia.

Roberto & Erasmo arrasam em Se você pensa, na qual o amor adolescente, característico dos tempos da Jovem Guarda, cede lugar a uma necessidade de maturidade na relação amorosa, com um carão dado à pessoa amada a partir de verses cortantes e interpretação raivosa. Como contraponto, em É meu, é meu, é meu, ainda da dupla, retorna o senso de humor cool neste fox, cuja letra descreve as partes do corpo da mulher amada como sendo da propriedade do amante.

Sem medo de parecer possessivo, Roberto canta doce e malandramente: "tudo que é seu, meu bem / também pertence a mim (...) da sua cabeça até / a pontado dedão do pé)..é meu, é meu, é meu". A partir dai, são mencionados o cabelo, a boca, olhos, ouvido, ombros, braços, mãos, joelho, pés, para arrematar, no final, com malicia: "tudo que eu falei, meu bem e o que eu não falei também / tudo que você pensar é meu, é meu, é meu".

Há momentos de pungente melancolia em As canções que você fez pra mim, também de Roberto & Erasmo, e E não vou mais deixar você tão só de Antônio Marcos, contrabalançada pela auto-ironia de Ciúme de você, de Luis Ayrão.

Nota-se a obra de um cantor maduro, para constar em qualquer discoteca básica da nossa canção popular, talvez o seu melhor álbum, se não fosse a presença das melhores canções de Roberto & Erasmo no disco posterior, de 1969, chamado simplesmente Roberto Carlos. Estas músicas são As curvas da estrada de Santos e Sua estupidez.

Na primeira, o tema da velocidade adquire tintas quase soturnas.

A rebeldia adquire uma causa. Os versos são confessionais. A raiz de todo desencanto é a carência afetiva e a dificuldade de entendimento na relação amorosa, explicitada no uso da métafora do espelho:

"você vai pensar que eu / não gosto nem mesmo de mim / e que na minha idade / só a velocidade / anda junto a mim (...) porque eu tento esquecer / um amor que eu tive / e vi pelo espelho /na distância se perder".


Na segunda canção, o ser amado é chamado de burro sem cerimônia:


"use a inteligência uma vez só /! quantos idiotas vivem só (...) sua estupidez não lhe deixa ver / que eu te amo".

Aqui Roberto & Erasmo se aproximam de Lupicinio Rodrigues e Herivelto Martins, nossos maiores desnudadores do ridículo e desconcertante dos embates amorosos. A poética ganha tons fortes e precisos pelo uso do insólito e a musa é desconstruída.
Para acentuar o tom algo dark do disco, contribui o arranjo de As flores do jardim da nossa casa, com um momento de contenção inicial, com apenas violão, baixo e bateria.

A estes vão se acrescentando as cordas em tons graves, à medida que a letra sugere a idéia de uma tempestade se formando ("as nuvens brancas se escureceram / e o nosso céu azul se transformou / o vento derrubou todas as flores / e em nós a tempestade desabou").

Para finalizar, um clímax entre dramático e sombrio com sopros em profusão interagindo com o cantor que agora berra o refrão: "eu já não posso mais / olhar nosso jardim / lá não existem flores / tudo morreu pra mim".

Aceito seu coração, a música seguinte, belíssima, de Puruca. possui um arranjo com oboés e violinos que se alternam para dar o tom preciso de delicadeza a esta canção que fala de reencontro. Quero ter você perto de mim, de Nenéo, é profundamente triste, com Roberto cantando no início à capela.

De novo, o arranjo vai num crescendo, com guitarra, baixo, e bateria, além de vibrafone e orgão sendo acrescentados à musica na proporção em que o tema se desenvolve. Só que aqui não há apoteose, pois a delicadeza da interpretação permeia toda a faixa, tanto do cantor, como dos instrumentistas.

E há o humor de Oh, meu imenso amor, de Roberto & Erasmo, valsinha na qual o interprete imposta a voz e brinca com a dramaticidade intencionalmente cafona da letra.

Colaboradora de Roberto em outros discos, Helena dos Santos deu a ele neste LP sua melhor canção: Do outro lado da cidade, que remete à bossa nova pela interpretação cheia de coloquialidade, alem de possuir uma riqueza harmônica maior que as outras.

O diamante cor-de-rosa é uma faixa instrumental, raridade em se tratando de um disco de Roberto Carlos, que é tema e título do filme estrelado por ele, Erasmo e Wanderléa nesse mesmo ano.

Com uma gaita solando a maior parte da melodia, é outra faixa melancólica. Além dos habituais Edson Ribeiro e Getúlio Côrtes, Roberto gravou, pela primeira vez, Tim Maia, cuja Não vou ficar responde pelo lado rock & soul do disco, junto com Nada vai me convencer, de Paulo Cesar Barros, ambas com interpretações intensas e num tom desaforado.


Essa sensibilidade ao dosar contenção e apoteose, delicadeza e desespero, ternura e rancor, faz deste outro LP antológico de Roberto Carlos.

O próximo disco, de 1970, tem a primeira musica religiosa de Roberto & Erasmo, Jesus Cristo, um gospel que faz sucesso ate hoje. E Pra você, clássico de Sílvio Cesar que tem os famosos versos: "ah, se eu fosse você / eu voltava pra mim". Mas é um álbum fraco, se comparado aos anteriores e ao que virá em seguida, que contém a canção de fossa mais popular da dupla Roberto & Erasmo, Detalhes.

Cantada de maneira doce e terna, e dialeticamente uma rogação de praga ao parceiro amoroso que deixa a relação: "não adianta nem tentar me esquecer"

Pra contrabalançar, outra pérola dos dois, De tanto amor, só que, desta vez, é um humilhante pedido a amada na hora da despedida: "me deixa pelo menos só te ver passar / perdoa se eu chorar".

Uma terceira canção equilibra os extremos das duas últimas: a audaciosa Amada amante, na qual o amor, apesar de clandestino, é resolvido. Os amantes se bastam e desatiam o mundo exterior:

"esse amor sem preconceito / sem saber o que é direito / faz as suas próprias leis (...) neste mundo desamante / só você, amada amante /faz o mundo de nós dois".

Num diálogo tropicalista, Roberto Carlos canta uma canção de Caetano Veloso, de versos desconcertantes, numa perspectiva existencial, inédita na carreira do Rei:

"eu sigo apenas porque gosto de cantar, tudo vai mal / tudo é igual quando eu canto e sou mudo tudo certo como dois e dois são cinco".

Caetano, ácido e cortante, do exílio, recebe a homenagem de Roberto & Erasmo, que dedicam a ele Debaixo dos caracóis dos seus cabelos, amorosa canção de amizade que o próprio Caetano regravaria anos depois no disco do show Circulado. Roberto Carlos, considerado um cantor "alienado" pela esquerda brasileira, surpreende mais uma vez.

Mas não nos deixemos enganar: Roberto é essencialmente e cada vez mais um romântico.

E se no seu próximo disco, de 1971, o rock deixa de comparecer, por outro lado este é seu disco mais conflituado. Conflitos do homem comum, casado, que se defronta com os fantasmas da infância em O divã, a monotonia e atribulações do casamento com filhos em Quando as crianças saírem de férias e se põe no lugar do adolescente em conflito com os pais em À janela, para, aristoteticamente, concluir em Agora eu sei, de Edson Ribeiro e Helena dos Santos: "quem sabe menos das coisas / sabe muito mais que eu".

O pensamento de Roberto não é o do poeta que tem a perspectiva de enxergar uma outra realidade. Ele não tenta mudá-la, conforma-se com as vicíssitudes em Traumas, do disco anterior: "talvez um dia pro meu filho / eu também tenha que mentir".

Na irmandade de pensamento como sujeito normal, em oposição ao "maluco beleza", Roberto Carlos se identifica com seu público e a partir daí continua sendo amado por ele, envelhecendo com ele e passando a fazer discos cada vez mais burocráticos, não mais se desnudando, às vezes com uma bela canção aqui, outra ali, o que não o desmerece, só o torna cada vez mais misterioso, já devidamente conquistados pelos seus olhos tristes e fundos de Roberto-Carolina.

Afinal, o tempo passou na janela e ele não viu, mas assim como o Rio de Janeiro, Roberto Carlos continua lindo e sendo o nosso triste terno rei da música popular brasileira do coração.


Fonte: Revista +Rock nº 01, de dezembro/2003

Postagem / Edição: HenryRoss

25 de maio de 2008

As Canções que eu mais gosto...

As Canções que eu mais gosto... (Livreto de Roberto Carlos)

11 de maio de 2008

Sou Feliz com a mamãe - Parabéns a Todas as Mães do Mundo...!!! =)

Sou feliz
quando estou a seu lado a sorrir.
E o encanto das manhãs
vem dizer de você, mamãe.

Sua benção com carinho
hoje eu quero receber.
E uma flor, a outra flor,
eu quero oferecer.

Nesse dia que é só seu,
vou dizer com emoção:
- Mamãezinha queridinha,
do meu coração.

Roberto Carlos

1 de maio de 2008

Dia do Trabalhador: 1º de Maio

Primeiro de Maio - Dia do Trabalhador

Será que você também passou por isso, cresceu e descobriu que a vida já não era só feita de diversão e prazer?
Era chegada a hora de trabalhar.

"Naquela casa simples
Você falou pra mim
Que eu tivesse cuidado
E não sofresse com as coisas desse mundo
Que eu fosse um bom menino
Que eu trabalhasse muito
Que o nome do meu pai soubesse honrar
E nunca fosse um vagabundo"

Aquela casa simples - 1986

Assim começou a vida "adulta" para muitos de nós, com trabalho e novas obrigações...

"Ele acorda cedo demais
O dia nem clareou
Sai de casa aquele rapaz
Que nem bem dormiu já acordou
Vive preocupado, anda imprensado
Mal acomodado no trem
Pisa com cuidado pra não ser pisado
Vive com o pouco que tem"

Herói calado - 1992

Trabalhar em quê?
Para alguns isto não foi problema pois sempre souberam o que queriam da vida...

"Você sabia que eu queria ser cantor profissional
E vinha lá de Niterói pra ir à Rádio Nacional
Usando aquele antigo e tão surrado
Meu blusão de couro
Ia cantar minha esperança
Num programa de calouros"

Minha tia - 1976

Outros descobriram que o trabalho poderia ser um estilo de vida...

"Já rodei o meu país inteiro
Como bom caminhoneiro
Peguei chuva e cerração
Quando chove o limpador desliza
Vai e vem no parabrisa
E bate igual, meu coração"

Caminhoneiro - 1984

Mas sem nunca esquecer que a vida é feita de muito mais do que só trabalho ...

"Na solidão da boléia
Ele pensa na família
Na mulher à sua espera
E um leve sorriso brilha"

O velho caminhoneiro - 1993

Alguns trabalhos parecem uma perfeita diversão...

"O sol nascendo e o sanfoneiro continua
O baile acaba e ele não pára de tocar
Sai pela porta e todo mundo vai seguindo
E pela estrada o povo todo a cantar"

Baile da fazenda - 1998

Outros nem parecem o que são...

"No meu carro ouço histórias
Desabafos, risos todo o ano
Sou de tudo um pouco nessa vida
Eu sou um analista urbano
Sou taxista
'Tô na rua, 'tô na pista
Não 'tô no palco
Mas no asfalto eu sou um artista"

O taxista - 1994

Tem trabalho que parece ser só lazer...

"Aprendam comigo de tudo sobre o amor
Façam o que eu digo e tirem seus diplomas de amor
Não esperem mais, chamem o professor
Vocês vão gostar de aprender a amar a domicílio
Seja onde for vocês vão gostar do professor"

Professor de amor - 1963

Mas mesmo estes podem nos afastar do prazer...

"Estou chegando para mais um dia
De trabalho que começa
Enquanto lá em casa ela desperta
Pra rotina do seu dia"

Rotina - 1973

Tem horas que fica tão dificil ir para o trabalho...

"Meu bem, isso não se faz com quem trabalha
E já vai sair pra cumprir o seu dever
Esse perfume a cabeça me embaralha
De terno e gravata o que é que eu vou fazer"

Cheirosa - 1996

Os locais de trabalho podem variar. Tem gente que trabalha com a terra...

"Sonhei que entrei no quintal do vizinho
E plantei uma flor
No dia seguinte ele estava sorrindo
Dizendo que a primavera chegou"

O quintal do vizinho - 1975

Tem gente que trabalha no mar...

"Mas um dia de manhã
O velho todos viram
No seu barco entrar
Mas seu barco não voltou
Todos se juntaram para olhar o mar
O mar"

O velho homem do mar - 1965

Tem gente que trabalha no ar...

"Um astronauta eu queria ser
Pra ficar sempre no espaço
E desligar os controles da nave espacial
E pra ficar para sempre no espaço sideral"

O astronauta - 1970

Tem gente que nem precisa trabalhar pra ter um cargo, e que cargo...!

"Primeira dama da minha vida, meu grande amor
Da nossa casa, pequeno mundo de um sonhador
Eu sou alguém que você tem e que te ama
E sendo assim você é minha primeira dama"

Primeira dama - 1991

Todo trabalhador tem que ter seu dia de descanso...

"Eu passei por cada dia da semana
Esperando esse domingo
Pra ficar o tempo todo do seu lado
Desfrutar do seu carinho"

Hoje é domingo - 1993

Nem que pra isso tenha que deixar de ir trabalhar...

"Pensando bem
Amanhã eu nem vou trabalhar
Além do mais
Temos tantas razões pra ficar"

Café da manhã - 1978


Aproveitem bem o dia do trabalho e ... descansem...


Original de: robertocarlos.globo.com - Site Oficial de Roberto Carlos

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