10 de junho de 2010

Roberto Carlos - Fé

A religiosidade acompanha o Rei desde a infância mas se intensificou na época de Maria Rita.

O pai, seu Robertino, era espírita, e a mãe, dona Laura, católica. A primeira escola, Jesus Cristo Rei, de Cachoeiro de Itapemirim, era de freiras. Por opção dos pais, o próprio Roberto Carlos pôde escolher e, aos 23 anos, já ídolo da Jovem Guarda, decidiu ser batizado na Igreja Católica, tendo como padrinho o bancário Renato Spindola e Castro, o homem que o socorreu no acidente de trem que lhe custou a amputação da perna.

Na ocasião do nascimento de seu filho Segundinho, assim que foi diagnosticado o grave problema de vista do garoto, Roberto chegou a procurar os espíritas Chico Xavier e José Arigó em busca de soluções. Houve até a possibilidade de tratamento segundo a doutrina, mas o Rei preferiu, seguindo a orientação do próprio Arigó, levar o menino para um médico especialista na Holanda. Essa fase de fé ficou marcada pela música Jesus Cristo, gravada no disco de 1970.

Nessa mesma época, em uma entrevista para o jornal O Pasquim, Roberto se assumiu como católico não praticante. Mas as músicas de teor religioso passaram a fazer parte de seu repertório, como Todos Estão Surdos e A Montanha. Sem fanatismo, ele chegou a regravar Quero Que Vá Tudo pro Inferno no disco de 1975, canção que viria a evitar depois por causa da menção ao inferno.

Roberto Carlos e o Papa

No fim da década de 70, a identificação de Roberto Carlos com o catolicismo se intensificou depois que o papa João Paulo II foi recepcionado no México por um coral de crianças cantando a música Amigo. Nos anos 80, pelo menos dois fatos marcaram a postura religiosa do Rei. O primeiro foi a recusa de gravar Se Eu Quiser Falar com Deus, que Gilberto Gil compôs especialmente para ele, alegando que a letra não correspondia com sua idéia de Deus. O segundo foi o apoio que deu à censura do governo militar ao filme Je Vous Salue, Marie, de 1985, que o indispôs com artistas mais progressivos como Caetano Veloso.

Mas foi ao iniciar seu relacionamento com Maria Rita que Roberto passou a se dedicar mais abertamente ao catolicismo. Essa fase se reflete em músicas como Nossa Senhora, Jesus Salvador e O Terço e, principalmente, no disco Mensagem, de 1999, no qual só gravou canções de fundo religioso. Com a mulher, o Rei começou a frequentar grupos de reza, casou-se na igreja e até cantou para o papa João Paulo II na visita que fez ao Brasil em 1997. Mas a viuvez, acompanhada publicamente pelo seu semblante de tristeza e dor, o fez questionar sua fé. Não, ele não a perdeu, mas entendeu que nem sempre ela move montanhas.

:: Logo que começou a fazer sucesso, Roberto recebeu da irmã Fausta, sua professora no Colégio Jesus Cristo Rei, o medalhão com a imagem do Sagrado Coração de Jesus, que marcou o seu visual.

:: O cineasta Paulo César Saraceni pensou em Roberto para protagonizar o filme Anchieta, José do Brasil, de 1977, por causa da identificação do cantor com a religião, mas o Rei não aceitou o convite.

:: Por causa do problema de Segundinho com a visão, Roberto Carlos tornou-se devoto de Santa Luzia, a protetora dos olhos, e todos os anos, no dia dela, vai à missa na Igreja de Santa Luzia, no Rio.

:: Outro ritual anual é reunir a família na Igreja Nossa Senhora do Brasil, na Urca, Rio, para uma missa em homenagem a Maria Rita.

:: Na visita do papa João Paulo II ao Brasil, em 1997, o cantor pediu e o pontífice abençoou dois terços para ele.

:: No enterro de Maria Rita, em 1999, Roberto pediu que o caixão fosse reaberto para ele colocar nas mãos dela um terço que ganhou do padre Marcelo.

:: O Rei tem uma capela em seu estúdio, onde frequentemente se isola para rezar.

:: Em sua obra, os termos religiosos ''Deus'', ''Jesus'' e ''luz'' são os que mais aparecem.

Revista Contigo!

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