Amazônia - 1989
... Pode-se se dizer que este foi o primeiro álbum conceitual de Roberto Carlos, porque começa lamentando a destruição da floresta e vai até o fim com ele lamentando o fim de um amor. E o semblante do artista na foto de capa não deixa dúvida: estava mesmo muito triste.
Ali pela primeira vez Roberto Carlos se exibe com aquela pena de águia dependurada no cabelo -o que leva muitos a reconhecer esse álbum como "o disco da pena". Mas talvez fosse melhor defini-lo como "o disco da lamentação", pois em nenhum outro, gravado antes ou depois, Roberto Carlos revelou tanta dor-de-cotovelo.
Diferentemente de outros discos de Roberto Carlos, esse não traz canções eróticas como "O côncavo e o convexo"; nem de exaltação à amada como "Mulher pequena"; nem de homenagem a categorias profissionais como "O taxista"; nem mesmo de fervor religioso como "Luz divina". Aliás, o álbum de 1989 não traz qualquer citação, direta ou indireta, a divindades como Jesus ou Nossa Senhora. Fato raro na discografia de Roberto Carlos, aquele foi um álbum sem Deus...
As sessões de gravação desse disco foram também bastante complicadas, difíceis. Nada parecia satisfazer Roberto Carlos, que gravava, regravava e gravava novamente cada faixa até a exaustão. Foi um trabalho estressante para todos os músicos envolvidos. Exasperado, em determinado momento, o produtor Mauro Motta chegou a abandonar o estúdio.
E tudo isso acabou se refletindo no resultado do disco, que ficou tão pesado, carregado, arrastado, que nem mesmo o público o digeriu direito. De todos os álbuns lançados por Roberto Carlos nos anos 80, aquele foi o que menos vendeu, foi o que menos tocou. Nenhuma de suas canções foi um grande sucesso e nenhuma ficou no imaginário popular.
Entretanto, no meio de tanta escuridão, o álbum de 1989 acabou revelando um ponto de luz na sua penúltima faixa. Talvez para se consolar de tanta melancolia e solidão, ali Roberto Carlos colocou uma versão em espanhol de Smile, clássico de Charles Chaplin que, como um anjo anunciador, afirma: "No, ya no pien-ses em llorar/ de que vale lamentar/ lo pasado pasó/ si ese amor termino/ otro amor puede Llegar...".
Pois para Roberto Carlos logo chegaria mesmo outro amor, mas não um amor qualquer; não um amor passageiro; e sim aquele amor que o artista definiu como o mais bonito que jamais existiu. "às vezes digo que, se comparassem o amor que eu e Maria Rita temos ao de Romeu e Julieta, veriam que o deles foi apenas um flerte", garante Roberto Carlos...
Cara, bacana você lembrar desse disco, mas só pra não perder o costume: Não concordo com o Paulo César de Araújo (aquele nojento) !
ResponderExcluirAs canções desse disco são demais ! Um dos melhores discos da carreira do Roberto. Que história é essa de que as canções não ficaram no imaginário popular?... Cada uma ...
Abração
James Lima
WWW.ROBERTOCARLOSBRAGA.COM.BR - kkkk
Não concordo o disco é massa to ouvindo ele.no.momento
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