Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de dezembro de 1985
A cada ano repete-se a operação Roberto Carlos. Vendas antecipas (este ano chegando a 1.300.000 cópias), espaços nobres na imprensa nacional e as discussões de sempres em torno da mesmice, da repetição cíclica que faz, há 20 anos , o "Rei"se manter como campeão absoluto em vendagens e popularidade. Inútil negar: RC mantém a fórmula segura de alcançar um público que, ao longo destas duas décadas, só tem crescido. As sua músicas falam de amor, dor-de-cotovelo com toques ora ufanistas (este ano a "Verde e Amarelo", com olhos fixados na próxima Copa do Mundo), como no passado foi para o lado espiritualista e na abertura sensual - presente aqui em "Simbolo Sexual".
Há três semanas, o "Jornal do Brasil" abriu página dupla para discutir o fenômeno R.C. Quatro pessoas - os críticos Tárik de souza e Jamari França e os compositores Herilvelyo Martins e Caetano Velloso (representando, portanto, faixas diferentes de pensamento e idade) dissecaram R.C., sua obra e, especialmente seus discos. Jamari, crítico de rock, foi o mais radical em suas críticas: "Ele é pessoa que contribui para o atraso cultural do povo brasileiro, reciclando sempre as mesmas coisas sentimentalóides. Não vejo nada de novidade nele, sobretudo musicalmente. Ele faz questão de manter sempre aqueles arranjos de violinos, aquela coisa o disco inteiro, sempre repisando os mesmos temas, a religiosidade, o sentimento, o patriotismo".
Herivelto, compositor de tantos clássicos lamentou que RC tenha feito muito pouco pela MPB. Justificou seu pensamento:
-"Com o poder que ele tem de comunicação, poderia fazer alguma coisa pela nossa verdadeira música . O que ele canta não é brasileiro, embora agrade ao público. Mas de vez em quando ele poderia dar uma colherzinha de chá a música brasileira".
Enbora concordando que a música de Roberto Carlos não é brasileira, - mais um produto híbrido, comercial, para consumo, Tarik de Souza fez uma colocação-pergunta significativa: "Como se explica que um camarada que não canta de fato músicabrasileira seja maior sucesso do Brasil há duas décadas ?''
Realmente, R. C. é um fenômeno em termos de comunicação e produto comercial. Mais do que sinplesmente gostar ou desgostar de sua música, é preciso ve-lo como intérprete de um produto que - tal como um bom sabonete ou uma marca de cigarro- tem a preferência nacional. Para tanto, nem ele-nem a gravadora-arriscam-a mudar em nada a forma com que o é servido.
Até as fotos das capas dos discos anuais são parecidas ( buscando sempre a imagem jovem, apesar de já estar nos 43 anos). Gravados nos Estados Unidos [este ano, nada menos que 214 proficinais, entre cantores, músicos, vocalistas, arranjadores, elementos de produção etc. participaram], R C é o Volkswagen da CBS [e da indústria fonográfica], seguido Turma Balão Mágico em termos de vendas.
Entretanto, a produção de R. C. sabe montar a receita de agrado. Quem por exemplo, curtindo uma dor-de-cotovelo, não se amarra numa música como '' Vocé na Minha Mente" ( Mauro Motta Robson Jorge Olivetti Carlos Colla) ou " Da Boca pra Fora"'( Mauricio Duboc/ Carlos Cola)?
Um momento descontraído, de indireta citação a amante Miriam Rios está em "A Atriz " - uma das seis composições inéditas (todas parcerias com Erasmo Carlos) deste novo LP . Realmente, R. C. não faz nada em temos de presença política ou de valorização da música & músicos; é um bilionário isolado em sua fortuna e fama, Entretanto, é um ídolo popular, um produto extremamente bem vendido em seus discos, shows milionários e o tradicioanal " Especial'" de fim de ano na televisão.
Entretanto, a produção de R. C. sabe montar a receita de agrado. Quem por exemplo, curtindo uma dor-de-cotovelo, não se amarra numa música como '' Vocé na Minha Mente" ( Mauro Motta Robson Jorge Olivetti Carlos Colla) ou " Da Boca pra Fora"'( Mauricio Duboc/ Carlos Cola)?
Um momento descontraído, de indireta citação a amante Miriam Rios está em "A Atriz " - uma das seis composições inéditas (todas parcerias com Erasmo Carlos) deste novo LP . Realmente, R. C. não faz nada em temos de presença política ou de valorização da música & músicos; é um bilionário isolado em sua fortuna e fama, Entretanto, é um ídolo popular, um produto extremamente bem vendido em seus discos, shows milionários e o tradicioanal " Especial'" de fim de ano na televisão.
E, com sua voz azeitada, arranjos ultra bem preparados, continuará a vender milhões de cópias de seus discos, Cantor de méritos ( o que Caetano Velloso, deslubrando, vive papaguear / poderia fazer ao lado de seu disco marqueting, um fuori série ( isto um disco um reportório menos comercial, mais inteligente) com tão bem sugeriu Tariq de Souza. Ai enão, se poderia ver o outro lado deste artista que hoge é mais um caso cmercial do que musical.
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