Um show na Itália e uma apresentação ao lado de João
Gilberto, além do tradicional especial produzido pela TV Globo, estão entre os
próximos projetos de Roberto Carlos para 2011/2012.
Quem adianta as novidades é o empresário do cantor, Dodi
Sirena, que conversou com o G1, na cidade
israelense de Jerusalém, onde o Rei faz show nesta quarta (7).
"De imediato, a Itália é nossa primeira opção. É um
país que tem tudo a ver com os brasileiros e com Roberto Carlos", disse o
empresário, acrescentando que Estados Unidos, México e Alemanha também estão no
páreo.
Sobre um esperado show com o ídolo da bossa nova, Dodi
destaca: "Este encontro vai acontecer sim. E existe uma chance concreta de
ser este ano. O convite será feito, o desejo existe e a TV Globo estará
envolvida", destacou Dodi, acrescentando que, diante da grandiosidade dos
projetos, o tradicional especial de fim de ano da emissora deve sofre uma
pequena mudança em relação aos últimos anos.
"Acredito que a coisa será direcionada para algo mais
intimista. Acho que é este será o caminho. Mas ainda vamos nos debruçar sobre
as possibilidades", comentou.
G1 - Como surgiu a ideia de
um show em Jerusalém?
Dodi Sirena - Estive aqui
com a minha esposa em novembro do ano passado, para comemorar meus 50 anos.
Comecei o roteiro pela França, passando por Praga e Israel. Já no terceiro ou
quarto dia em Jerusalém, caminhando pelo bairro dos armênios, comecei a pensar
em shows. Quis saber como funciona a cidade fora do aspecto religioso. A guia
que estava conosco me deu algumas informações. E me apontou o Sultan’s Pool (local onde o show será realizado).
Fiquei com aquilo na cabeça, refletindo sobre a possibilidade de um show do
Roberto na cidade. Liguei para ele assim que retornei ao hotel. Quando falei
sobre essa possibilidade, ele ficou mudo. Pensei que a ligação tivesse caído,
pois ele ficou um 30 segundos calado. Mas, como o conheço um pouquinho (risos), percebi naquele silêncio
que a ideia bateu bem. Esse foi o início do início. Mas combinamos: se fosse
viável, teria que ser histórico e diferente.
G1 - Teremos um outro show
internacional do Roberto Carlos, nestes mesmos moldes, no ano que vem?
Dodi - Sim. Minha intenção, e o Roberto também está entusiasmado, é termos todo
o início do ano o navio em alto mar e um projeto similar em terra firme. De
imediato, a Itália é nossa primeira opção. É um país que tem tudo a ver com os
brasileiros e com Roberto Carlos. Las Vegas (EUA) e México seriam outras. Mas,
nesse momento, acho que a Itália seria o caminho natural. No meio disso
tudo, já surgiu o convite de um patrocinador que tem interesse em levar o
projeto para a Alemanha. A princípio, pensei: mas a Alemanha não tem nada a ver
com Roberto. Mas a resposta que recebi foi muito inteligente: a Alemanha é o
país dos castelos. Castelos estão associados aos reis. Então seria o Rei no
circuito de castelos.
G1 - Qual cidade italiana
deve ser o destino mais provável?
Dodi - Particularmente acho
que deveria ser Veneza ou Roma. Mais para Roma, por tudo o que a cidade
proporciona. Comentei com Roberto sobre essa possibilidade. Ele me disse:
"Só não quero cantar próximo ao Coliseu, não quero estar em um lugar que
me lembre fatos negativos. Isso jamais."
G1 - Diante de todos esses
grandes projetos, haverá especial da TV Globo no fim deste ano? Como será o
programa?
O especial é tradição do Natal brasileiro, também o teremos este ano. Isso é um
fato. Voltando para o Brasil, a ideia é formatá-lo. No ano passado, foi um show
na Praia de Copacabana. Nos anos anteriores, aconteceu em grandes ginásios.
Então, acredito que a coisa será direcionada para algo mais intimista. Acho que
é este é o caminho. Mas, a partir da semana que vem, ainda vamos nos debruçar
sobre as possibilidades e chegar a um conceito artístico. Mas teremos aquele
padrão: três ou quatro convidados, sendo um deles não musical, pessoas que
fizeram sucesso durante no ano. O Jayme (Monjardim, diretor)
está cheio de idéias. Também acho que pode aparecer algo coisa diferente
relacionado à tecnologia. Como, por exemplo, a substituição de um cenário
físico por uma projeção em 4 dimensões.
G1 - João Gilberto fará uma
pequena turnê brasileira neste semestre. Isso pode facilitar o tão esperado
encontro com Roberto Carlos?
Dodi - Roberto tem esse desejo
há muito tempo. E escutei, por parte das pessoas que trabalham com o João, que
ele também. Já se pensou em todas as formas disso acontecer: uma turnê dos dois
juntos, um único show. Mas este encontro vai acontecer sim. E existe uma chance
concreta disso ser este ano. Mas eles são tão grandes como artistas, que acho
que isso não pode ser realizado isoladamente para poucos, num teatro. Quando
isso acontecer, o mundo tem que saber disso. Por conta disso, a TV Globo vai
conduzir o assunto para que isso seja transformado em um especial também.
Aliás, essa ideia é cogitada todo o ano. O convite será feito, o desejo existe
e a TV Globo está envolvida.
G1 - Que balanço você faz dos
oito anos do Projeto Emoções em Alto Mar?
Dodi - É sucesso, o que nos
garante continuar com o projeto por pelo manos mais 8 anos (risos). E esse
sucesso se deve principalmente à popularidade do Roberto. Ele despertou no
mercado brasileiro de mais uma opção para o show business. E tem uma
repercussão extremamente saudável. Fora o prazer que Roberto tem de participar.
Ele já declarou em várias entrevistas que quase sempre sai chorando do navio.
Por ele, permaneceria embarcado mais algumas semanas.
Emoções em Alto Mar também foi algo pioneiro. Antes os
cruzeiros só contratavam artistas de cachês baixos ou em decadência. Mudamos
esse paradigma. Inclusive empresários de artistas internacionais, como Julio
Iglesias, já me ligaram para fazer o mesmo em outros mares e continentes. Mas
temos que ter cuidado com a banalização. Porque esse projeto é sucesso porque é
verdadeiro.
G1 - Como será a
comercialização da obra do Roberto Carlos na internet?
Dodi - Concluí uma negociação
este ano com a Sony que vai permitir oficialmente disponibilizar toda a obra do
Roberto em plataforma digital. Tenho a expectativa de que a gravadora possa
colocar isso no mercado até o final desse ano. Ela está autorizada formalmente
a fazer a melhor estratégia de disponibilizar tudo isso. O Robeto será o
primeiro artista da América do Sul a ter essa estrutura, que começa com a
construção de um site dinâmico para essa comercialização. As músicas serão
vendidas separadamente ou em álbuns. Ainda não sabemos qual serão os preços,
isso também vai ficar por conta da Sony, ela está com a autonomia para decidir.
Publicado por G1