Roberto Carlos quer combater download de biografia...

Sites oferecem falsos downloads; corrente de e-mails têm versões adulteradas

SÃO PAULO - Diversos sites na internet estão oferecendo falsos downloads do livro banido Roberto Carlos em Detalhes, de Paulo César de Araújo, cujo recolhimento foi ordenado pela Justiça de São Paulo no último dia 27. Correntes de e-mails também estão repassando arquivos com o alegado conteúdo integral da obra, mas são versões adulteradas.

O advogado de Roberto Carlos, Marco Antonio Campos, disse nesta segunda, 7, que a assessoria jurídica do cantor estuda uma maneira de, caso se consume o oferecimento do volume na rede, interromper a proliferação do livro na internet, mas admitiu que é “pequena a possibilidade de controle”, segundo disse.

“Na internet, a disseminação de conteúdos ilegais é muito grande. Há filmes piratas, conteúdos pornográficos, de pedofilia, racistas. É o caso desse arquivo do livro, infelizmente. Embora nós saibamos que essa circulação nada tenha a ver com a editora e o autor. Mas vamos tomar todas as medidas legais possíveis”, afirmou o advogado.

O advogado ressaltou que, com o processo, Roberto Carlos só pretendia que fosse reconhecida a “abusividade do livro” na invasão de sua privacidade, e que já teve êxito nisso. “O fato de Roberto ter ido à Justiça foi um risco que ele assumiu. Ele considerou que estava sendo desrespeitado um direito fundamental seu e recorreu ao judiciário. Criticar a pessoa que recorre à Justiça para fazer valer seus direitos é que parece arbitrário.”

Acordo é encontro de vontades

Ele rebateu declaração do autor, Paulo César de Araújo, que considerou a audiência mais de condenação do que de conciliação. “As partes chegaram a um acordo que, por definição, é um encontro de vontades. Não existe acordo forçado. Todos ali eram maiores de idade, representados por advogados. E o Roberto foi quem mais abriu mão.” Segundo o advogado, a Editora Planeta já comprou livros no mercado e devolveu novos lotes recém-adquiridos ao cantor essa semana.

Fernando Sant’Ana, assessor de imprensa da Fnac, disse nesta segunda que a rede não tomou a iniciativa de tirar o livro de circulação após o acordo, já que a empresa não vende em consignação: compra das editoras. Segundo Sant’Ana, a rede vendia em média 1 a 2 exemplares de Roberto Carlos em Detalhes. No sábado, vendeu 17 a 18 exemplares em cada uma de suas lojas.

O advogado de Roberto, Marco Antonio Campos, disse que “cresce a hipótese” de que os 10.700 livros recolhidos da Editora Planeta não sejam queimados, mas reciclados para “utilização social”. Segundo ele, isso segue a intenção inicial do cantor, que pretendia fazer o mesmo com uma eventual indenização, da qual ele abriu mão.

Origem: "Estadão" - 07 de maio de 2007 - 20:32